Na célebre música “Família”, da banda brasileira Titãs, esse núcleo de descendentes almoça e janta junto todo dia e nunca perde essa mania. Mamãe, papai, titia, vovô, vovó, filha, neném compõem um grupo que faz tudo junto. Gravada há 20 anos, a realidade da época trazia a prática das refeições em família como sendo uma iniciativa corriqueira.

E hoje? Vivemos com pressa, atrasados e sempre buscando algo, e à família cabe o tempo que “sobrar”. Mas, afinal, é possível fazer da rotina trazida pela canção novamente um hábito? A refeição na companhia de familiares e amigos deve ser uma prática? É um ato saudável?

Vamos mostrar neste post o que pesquisas e estudos revelam sobre as refeições em família. Quais as vantagens de mudar nosso cotidiano e adquirir novamente este costume?

Refeições em família estimulam mesmo mudanças?

Diversas pesquisas científicas sugerem que as refeições em família são essencialmente benéficas. Um estudo da ONG The Family Dinner Project (Projeto da Refeição em Família), dos Estados Unidos, constatou que as refeições em família fazem bem para a cabeça, o espírito e a saúde das pessoas que vivenciam essa prática.

Já a Universidade Estadual de New Jersey (EUA) propõe, por exemplo, que as refeições em família estimulam as crianças a consumir mais vegetais, vitaminas e fibras. E os adolescentes que comem frequentemente à mesa com os pais têm menos probabilidade de sofrer de depressão, pois sentem-se acolhidos.

Outros estudos indicam que esse ato reforça os vínculos afetivos. O fato é que sentar-se em família para comer promove experiências e desenvolve mudanças emocionais, físicas e nutricionais a todos os envolvidos.

Momento para demonstrar valores?

Como as crianças são observadoras por natureza, as refeições em família são oportunidades para mostrar os modelos de ações dos pais aos filhos. Ou seja, seus valores podem ser transmitidos por meio de pequenas ações, como:

• ensiná-los o bom hábito de não comer de boca aberta;
• servir a quantidade suficiente de alimento para não exagerar ou desperdiçar;
• aproveitar a refeição para descobrir quais são os alimentos mais saudáveis;
• desenvolver a habilidade de como servir-se, deixando-os que pratiquem.

Todas essas iniciativas podem influenciar as crianças de alguma forma e deixar a refeição em família mais prazerosa, desde que realizadas num ambiente tranquilo, evitando discussões, estresse ou brigas a fim de não associar negatividade à hora de comer.

Dividir a mesa é uma forma de evolução?

Compartilhar as refeições com a família é um ato fundamental para as sociedades, culturas e para a evolução da espécie humana. A conclusão veio de um estudo que traçou um perfil do comportamento das pessoas do Brasil e de outros 12 países.

Como principal conclusão, está o efeito positivo sobre a saúde, a alegria, o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças.

Outra verificação apontou que aqueles que fazem refeições regulares em família consomem até duas porções diárias a mais de frutas e vegetais que aqueles que não mantêm esse hábito.

Refeições em família: momento de diversão, aconchego e aprendizagem

Portanto, o costume de comer em família é realmente transformador e propõe uma evolução da humanidade.

Dessa forma, as refeições ajustam os hábitos sociais e o comportamento individual, seja na forma como são culturalmente representadas e realizadas ou no modo como regulam os hábitos alimentares, significando melhor nutrição e saúde. Há indícios de que, nas refeições em família, os indivíduos prestam mais atenção ao que consomem.

Se o ritual apresentado pela música do início do texto está em declínio, a importância de resgatá-lo e trazer de volta os momentos dedicados às refeições em família são oportunidades privilegiadas na atual sociedade.

E, mais ainda, para tornar esses períodos uma diversão e aumentar os benefícios para as crianças e os adultos, que tal envolvê-los na preparação dos alimentos e na organização final do ambiente após a refeição?

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